33 razões por que as bibliotecas
e bibliotecários ainda se mantêm extremamente importantes.
Artigo de
Will Sherman
Tradução
colaborativa de: Moreno Barros, Isadora Garrido, Fabíola Pinudo, Sibele Fausto,
Viviane Neves, Polyanha Hudson, Aline Gonçalves, Gustavo Henn.
Fonte: http://extralibris.org/2009/10/bibliotecarios-obsoletos-importancia-bibliotecas/
Muitos
acreditam que a era digital irá acabar com as estantes públicas e extinguir
permanentemente a era centenária das bibliotecas. A desconcertante proeza e
progresso da tecnologia fizeram até um bibliotecário prever a queda da
instituição, Ele pode estar certo. Porém, se estiver, então a perda será
irreparável. Conforme a relevância das bibliotecas entra em questão, elas
encaram uma crise existencial em uma época onde elas talvez sejam mais
necessárias. Apesar de sua percebida obsolescência em uma era digital, tanto
bibliotecas – quanto bibliotecários – são insubstituíveis por várias razões.
33, de fato. Nós as listamos aqui:
1. Nem tudo está
disponível na Internet.
O
incrível volume de informação útil na Web tem, para alguns, engendrado a falsa
premissa de que tudo pode ser encontrado online. Isso simplesmente não é
verdade. O Google Book Search reconhece isso. Por isso eles tomaram a tarefa
monolítica de digitalizar milhões de livros das maiores bibliotecas do mundo.
No entanto, mesmo que o Google consiga com sucesso digitalizar toda a soma dos
conhecimentos humanos ela é diferente da soma dos autores e editores
contemporâneos que não permitem que suas obras sejam gratuitamente acessíveis
na Internet. Já é proibido por lei disponibilizar livremente no Google Book
Search os livros com direitos autorais vigentes; apenas partes. E levará muito
tempo antes que o bestseller recomendado pelo New York Times seja
disponibilizado gratuitamente na Internet: as leis de direitos autorais atuais
protegem as obras por 70 anos após a morte do autor. Mesmo algumas obras sob
domínio público sofrem algumas restrições. Se uma cópia sem copyright incluir
prefácio, introdução ou apêndices que ainda estejam sob copyright, a obra toda
fica sob o status de copyright.
2. Bibliotecas digitais
não são a Internet.
Um
entendimento fundamental do que a Internet é – e do que ela não é – pode ajudar
mais claramente a definir o que uma biblioteca é e por que bibliotecas ainda
são extremamente importantes. A Elmer E. Rasmuson Library da Universidade do
Alaska em Fairbanks deixou clara a diferença entre “Coleções Online” e “Fontes
Web”. A Internet, seu site explica, é uma massa larga de materiais não
publicados produzidos por organizações, empresas, indivíduos, projetos
experimentais, webmasters, etc. “Coleções Online”, todavia, são diferentes. São
tipicamente oferecidas por bibliotecas e incluem materiais que foram publicados
por meio de rigoroso processo editorial. Trabalhos selecionados para inclusão
em um catálogo de bibliotecas passaram pelo veto de uma equipe qualificada. Os
tipos de materiais incluem livros, periódicos, documentos, jornais, revistas e
relatórios que foram digitalizados, armazenados e indexados em uma base de
dados de acesso limitado. Mesmo que alguém use a Internet ou um motor de busca
para encontrar estas bases de dados, o acesso mais avançado requer registro.
Você ainda está online, mas não vai muito lontg na Internet. Você está em uma
biblioteca.
3. A internet não é
livre.
Embora
o Projeto Gutenberg alardeie 20.000 e-books
para download
gratuito em sua homepage,
somos imediatamente lembrados que esses livros são acessíveis apenas porque
eles não estão mais sob direitos autorais. E os livros são apenas a ponta do iceberg. Numerosos
trabalhos de pesquisa acadêmica, revistas e outros materiais importantes são
praticamente inacessíveis para alguém tentar obtê-los de graça na web. Em vez
disso, o acesso é restrito a assinaturas caras, que são normalmente pagas por
bibliotecas. Visitar a biblioteca, pessoalmente, ou acessar a biblioteca por
meio de sua conta de membro, é, portanto, a única maneira de se obter acesso a
recursos documentais essenciais.
4. A internet
complementa as bibliotecas, mas não as substitui.
Para
orientar as pessoas a achar informação, a Universidade de Long Island fornece
uma explicação útil de quais tipos de recursos podem ser acessados por meio da
biblioteca. Estes incluem notícias, periódicos, livros e outros recursos.
Curiosamente, a World Wide Web está entre estes recursos como mais um meio para
encontrar informações. Mas não é uma substituta. A página diferencia e explica
as vantagens das bibliotecas em relação à busca pela internet. Cita os
benefícios da internet, includindo “amostras de opinião pública”, uma coletânea
de “fatos rápidos” e “uma ampla gama de idéias”. De forma geral, o ponto é bem
correto: bibliotecas são instituições completamente diferentes da web. Sob essa
ótica, falar sobre uma substituindo a outra começa a parecer absurdo.
5. Bibliotecas
escolares e bibliotecários melhoram as pontuações médias dos estudantes em
testes.
Um
estudo de 2005 das Bibliotecas Escolares do Illinois mostra que os estudantes
que visitam frequentemente bibliotecas escolares com acervos bem abastecidos e
com boa equipe terminam com pontuações mais altas em testes ACT e um melhor
desempenho em exames de leitura e escrita.
Interessantemente, o estudo aponta que a tecnologia de acesso digital desempenha um papel importante nos resultados dos testes, observando que “escolas com computadores que se conectam aos catálogos de bibliotecas e bases de dados obtêm uma média de 6,2% de melhora nas pontuações de testes ACT”.
Interessantemente, o estudo aponta que a tecnologia de acesso digital desempenha um papel importante nos resultados dos testes, observando que “escolas com computadores que se conectam aos catálogos de bibliotecas e bases de dados obtêm uma média de 6,2% de melhora nas pontuações de testes ACT”.
6. Digitalização não
significa destruição.
A
avidez com que as bibliotecas investiram na parceria com o Google Book Search
não é o trabalho de uma mentalidade impulsiva. Bibliotecas incluindo a
Universidade de Oxford, da Universidade de Michigan, Harvard, da Universidade
Complutense de Madri, a Biblioteca Pública de Nova York, a Universidade do
Texas, da Universidade da Califórnia e muitos outros se uniram ao projeto do
Google, em vez de evitá-lo. Na abertura de seus acervos, essas bibliotecas
terão todos os seus livros eletronicamente disponíveis para seus usuários.
Embora se possa esperar que livros sem direitos autorais, que em muitas
ocasiões são totalmente disponíveis ao público, os materiais protegidos por
direitos autorais – incluindo assinaturas de periódicos – ainda serão mantidos
sob acesso restrito. A razão para isto é, em parte, porque as cláusulas
indenizatórias do Google Book Search não chegam muito longe; o Google Book
Search não isenta as bibliotecas de qualquer responsabilidade que possa
incorrer caso elas ultrapassem os limites do direito autoral. E há uma causa
real para esta cautela – o Google Book Search está enfrentando atualmente dois
processos importantes de autores e editores.
7. Na verdade,
digitalização significa sobrevivência.
Daniel
Greenstein da Universidade da Califórnia cita uma razão prática para a
digitalização de livros: em formato eletrônico os livros não estão vulneráveis
aos disastres naturais ou à “pulverização” causada pelo tempo. Ele ainda cita a
destruição de bibliotecas pelo furacão Katrina como um importante lembrete da
vulnerabilidade da “memória cultural”.
Continua...
Postado por Felipe Guimarães
Nós, bibliotecários, devemos fazer com que os leitores tenham acesso aos múltiplos suportes e deixar claro que no mundo das tecnologias não está todo o conhecimento estabelecido. Há algumas limitações que só deixam de existir quando a aprendizagem é vinculada aos livros e eles estão nas bibliotecas. Quando os alunos começam a encontrar os tesouros e desafios dos livros, eles se deixam seduzir e assim a BIBLIOTECA mais uma vez VENCE!
ResponderExcluirSegundo a coordenadora do Colegiado de Graduação da UFMG, professora Mônica Erichsen Nassif Borges, a o lidar diretamente com a guarda, o trato, a gestão e a disponibilização da informação, esse profissional corre junto com as inovações e não pode admitir ficar nem mesmo um passo atrás. O bibliotecário mudou seu perfil nos últimos anos e as transformações foram tão rápidas, que até mesmo o mercado de trabalho ainda não tem consciência de toda a potencialidade desse profissional.
ResponderExcluirPublicado pela discente Daniela Nascimento